FRUSTRAÇÕES
Vi o sol sair por entre as nuvens cinzentas
Num dia de verão, dezembro despontando,
E revesa a luz e as trevas nas ruas lamentas,
Mas as rodas dos carros as vão secando.
Enquanto o dia passa, as horas sedentas
Arrastam a rotina que vai se dissipando,
E a vista se perdendo nas tardes nevoentas
E todos os intentos humanos vão quedando.
Pois a vida é de momentos de liberdade,
Mas outrossim nos vem os velhos travos
Que testa e embarga a nossa vã vontade.
E se hoje eu aspirei saborear do sol os raios,
O dia quis que eu sentisse os agravos,
Das chuvas, das frustrações, dos desmaios.
(YEHORAM)