Insônia
Vem, ó sono, distrair a eterna lucidez...
Lençóis rasgando, de tanto contorcer-me,
Silenciosas noites a surpreender-me
Alma da insônia no meu quarto, outra vez.
Cansada dor da vida quero sono,
Nem os olhos eu consigo mais abrir.
São as faces do real que estão por vir,
Náuseas, noites frias de abandono.
Bocejo inútil, moinhos do universo!
O breu da noite que não quer desfalecer,
Meu silente pensamento tem seu dono.
Jazo corpo inerte nessa cama,
Mergulhado no oceano do teu ser!
É por ti, que eu sempre perco o sono.