Canto das águas

Canto das águas

O sol, entre nuvens, deixa escapar um mormaço

Fazendo-me recostar nas pedras da cachoeira

Sentindo a água acariciar-me num longo abraço

Acalentando meus sonhos na tarde alvissareira

Teu riso tirou-me das divagações e sem embaraço

Aconcheguei-me em teu peito entregando-me inteira

Ao sabor do beijo provocante e meu desejo disfarço

Cerrando os olhos, mas entreabrindo os lábios faceira

O tempo vadio adormece na alma preguiçosa

A cantiga do vento é sarau em árvores frondosas

Que se complementa no toque da boca manhosa

O arrepio é doce e sensual lamento do coração

Quando tudo emudece e no ar vibra apenas a canção

Do canto das águas fomentando no sangue a paixão.

Norma Bárbara

Norma Bárbara
Enviado por Norma Bárbara em 06/12/2011
Código do texto: T3375269
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