Glosa sobre o Soneto de Florbela

"Eu sou a que no mundo, anda perdida"

Eu sou a abandonada pela sorte

Não vivo, só suspiro pela morte

Um fim, eu quero por, na minha vida.

Adoro o meu desejo suicida

Não quero alimentar nada que importe

Batendo nesta tecla dou suporte

Ao tédio que me toma e me acida.

Não fale mais de sonhos que me entoja

De amor, então, meu asco visceral

Poesia para mim é no final

Odeio alimentar o que me enoja

Por mim, realidade é teatral

E eu, mero fantoche, de jogral.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 06/12/2011
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