Glosa sobre o Soneto de Florbela
"Eu sou a que no mundo, anda perdida"
Eu sou a abandonada pela sorte
Não vivo, só suspiro pela morte
Um fim, eu quero por, na minha vida.
Adoro o meu desejo suicida
Não quero alimentar nada que importe
Batendo nesta tecla dou suporte
Ao tédio que me toma e me acida.
Não fale mais de sonhos que me entoja
De amor, então, meu asco visceral
Poesia para mim é no final
Odeio alimentar o que me enoja
Por mim, realidade é teatral
E eu, mero fantoche, de jogral.