"QUEM PLANTA, COLHE"
Este mundo vive às avessas, na irregularidade,
Muitas leis e regalias e uma falsa liberdade.
Este mundo é o descompasso do que já se imaginou:
Não há direito, só deveres; felicidade não se achou.
Todo pobre morre à míngua, numa discriminação,
Viver em favela ou marginalizado é a sua situação.
A classe média foi extinta a bem da burguesia,
E querer fazê-la renascer é por pura demagogia.
Os poderosos, por outro lado, não sofrem necessidades,
Tudo à mão, tudo à hora... Até o que não se pensou
Surge por encanto como brinde ou mera cortesia.
Mas eles também não são as bandejas do dia-a-dia
A matar a fome e dar lazer àquele que sufocou
Com suas leis arbitrárias, as que lhes deu impunidade.
(ARO. 1995)