BERÇO
Querida mãe, que nasceste em berço sefardita,
Berço esplêndido da terra que faz o mundo,
Que criou costumes mundiais, ó mãe bendita!
Por tua dor me puno, eu me confundo.
Ó ventre que me gerou, seio israelita,
Que passou hereditariedade do profundo,
Da reza, da unicidade que em mim habita,
Da glória divina, do sangue fecundo!
Vejo te mais impoluta que os querubins
Da sagrada arca, desde os confins,
Mas hoje vejo a tua agonia, o teu tormento.
Ó como temo por meu destino, por meu futuro!
Ora - se tu, branca alma, tem um fado duro,
Que dirá de um mau elemento!?
(YEHORAM)