Soneto à Herança

Sigo cambaleando a todo instante

Dentro do infinito, e a cada momento...

Sigo, mesmo que num passo mais lento,

Dentro de uma verdade claudicante.

Sigo à minha maneira, delirante,

Dentro desta corja que eu fomento...

Sigo, visto que é este o meu talento:

Dentro da imprudência, ser errante.

Os pés já esfolaram-se; foram-se unhas...

Caminho, pois, seguindo rumo ao centro

Da minh'alma, onde há pedra nefasta:

Bloqueio que conheces, pois compunhas

Lá as sinfonias que, aqui dentro,

Castigam um amor que há anos se arrasta!

Preto
Enviado por Preto em 04/12/2011
Reeditado em 05/12/2011
Código do texto: T3370904
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