Angústia
Em casulo, num pungente abafamento
Feito noite, feito dia e sempre às escuras
De dor, o peito farto, a amargura
É essa sensação de sofrimento.
Se vivaz, indolente é a esperança
Aliada do desejo e da emoção
Indébita propriedade de um coração
Que soluça, inerme, feito criança.
O horizonte, nada mais que o infinito
De uma ilusão, que alimenta e premedita
Doces favos de apelos, a toda hora
Se alimenta, a vida, a criatura
E se aquela, sem apelos, lhe é dura
Esta, desgraçada, brada e chora.