"CONVIVER COM O NUNCA MAIS"
Nada é tão quanto, ou muito menos mais forte
Que o momento da perda eterna, da separação total.
Nada é tão marcante que implique ser fatal
Quanto a hora da tristeza maior que a ninguém conforte.
Tudo é magia, tudo é mistério sem ter a mínima explicação,
Pois vem da Mão Divina, e Nela está toda linha traçada,
Quer seja numa trilha; noutro caminho; ou mesmo numa estrada.
Certo é que ao final de cada um, ainda há outra direção.
Mas para aquele que fica, por não ter chegado a hora
De partir desse lugar, sua vez não é agora,
Resta-lhe por consolo, na dor, que um dia tudo voltará ao normal.
E enquanto o tempo passa, no incômodo da expectativa,
Mais que o consolo, a dor se torna a grande tentativa
De se buscar “conviver com o nunca mais” até o juízo final.
(ARO. 2011)