Vão da morte

Amigos, desculpem a ausência...

Na casa deste pobre, sem conforto,

A rede se espichava na varanda

Um cheiro muito forte de lavanda

Desprende-se do corpo deste morto...

As flores quase murchas, recortadas,

Nos caules muito finos, muito rasos,

Jaziam tão funéreas pelos vasos,

Embora fossem ainda perfumadas...

Os filhos, a mulher, em prantos fundos,

Gritavam por clemência, já sem calma,

Em choros abissais, em brado forte...

O morto já está em outros mundos,

Voando com as asas pela calma

Deixando atrás de si o vão da morte!...

Arão Filho

São Luís-Ma, 29 de Novembro de 2011.

Aarão Filho
Enviado por Aarão Filho em 30/11/2011
Reeditado em 25/02/2012
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