Talvez assim

Hoje eu acordei amargo e ácido

Destilando veneno entre meus dentes

Fermentado de frustrações recorrentes

Em chamas de meu hálito apodrecido

Hoje eu quis escrever a lira mais brutal

Hoje eu quis zombar da arte bela

Eu quis olhar nos olhos dela

E mostrar o que faz de mim, um animal

Eu quis com um martelo, abrir minha cabeça

Quis recheá-la com pedras e cimento

Fazê-la do nosso amor, um monumento

Eu quis substituir o seu licor cinzento

Talvez só assim eu a esqueça

Talvez assim sua memória se esvaneça

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 28/11/2011
Código do texto: T3361741
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