Talvez assim
Hoje eu acordei amargo e ácido
Destilando veneno entre meus dentes
Fermentado de frustrações recorrentes
Em chamas de meu hálito apodrecido
Hoje eu quis escrever a lira mais brutal
Hoje eu quis zombar da arte bela
Eu quis olhar nos olhos dela
E mostrar o que faz de mim, um animal
Eu quis com um martelo, abrir minha cabeça
Quis recheá-la com pedras e cimento
Fazê-la do nosso amor, um monumento
Eu quis substituir o seu licor cinzento
Talvez só assim eu a esqueça
Talvez assim sua memória se esvaneça