Sem Esperança 

    Ó cândidos fantasmas da Esperança,
     Meigos espectros do meu vão Destino,
     Volvei a mim nas leves ondas do Hino
     Sacramental de Bem-aventurança.
      
     Nas veredas da vida a alma não cansa
     De vos buscar pelo Vergel divino
     Do céu sempre estrelado e diamantino
     Onde toda a alma no Perdão descansa.
      
     Na volúpia da dor que me transporta,
     Que este meu ser transfunde nos Espaços,
     Sinto-te longe, ó Esperança morta.
      
     E em vão alongo os vacilantes passos
     À procura febril da tua porta,
     Da ventura celeste dos teus braços.

                                                                         (de “Faróis”)
 

Créditos:
www.biblio.com.br/

www.bibvirt.futuro.usp.br   
www.dominiopublico.gov.br



João da Cruz e Sousa (Brasil)
Enviado por Helena Carolina de Souza em 27/11/2011
Código do texto: T3359905