Enclausurada
    Ó Monja dos estranhos sacrifícios,
     Meu amor imortal, Ave de garras
     E asas gloriosas, triunfais, bizarras,
     Alquebradas ao peso dos cilícios.       
 
     Reclusa flor que os mais revéis flagícios
     Abalaram com as trágicas fanfarras,
     Quando em formas exóticas de jarras
     Teu corpo tinha a embriaguez dos vícios.
      
     Para onde foste, ó graça das mulheres,
     Graça viçosa dos vergéis de Ceres
     Sem que o meu pensamento te persiga?!
      
     Por onde eternamente enclausuraste
     Aquela ideal delicadeza de haste,
     De esbelta e fina ateniense antiga?! 

                                                      (de “Faróis”)
 

Créditos:
www.biblio.com.br/

www.bibvirt.futuro.usp.br   
www.dominiopublico.gov.br



João da Cruz e Sousa (Brasil)
Enviado por Helena Carolina de Souza em 27/11/2011
Reeditado em 27/11/2011
Código do texto: T3359763