Transmutação
Soneto
De longe, apática, olhei o mar
Cujas ondas se abriam como véu
De perto, em transe, não podia lembrar
Os mistérios que envolvem terra e céu.
Desse modo, voltei à apatia
Não queria sentir a realidade
E fui tecendo com lágrimas frias
Sentimentos guardados na saudade.
Despertei com a luz que descia
Do alto e atingia todo o meu ser
Na paz daquela hora de magia
Era a esperança que via nascer
Diante do mistério que envolvia
Minha vida prestes a fenecer.