"APENAS ENREDO"

A Lua contempla na face da Terra a beleza.

Em seus raios brilhosos confundem-se os encantos

Tornando-se aparentemente o espaço seu manto,

Mostrando aos povos do mundo toda sua sutileza.

Doçura e bondade na carinhosa construção,

Nota-se a meiguice, e o quanto lhe foi dado.

Esta eterna e doce verdade é posta de lado

No anseio da descoberta, numa auto-afirmação.

Enquanto o homem não descobrir-te o segredo

Por certo não haverá de ser capaz de descansar,

E um dia, com certeza, ele vai te alcançar.

Nesse dia, ó Lua, em toda tua imaculação

Perderás o sentido e deixarás de ser a questão

Para tornar-te do homem só mais um samba-enredo.

(ARO. 1976)

Profaro
Enviado por Profaro em 26/11/2011
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