"APENAS ENREDO"
A Lua contempla na face da Terra a beleza.
Em seus raios brilhosos confundem-se os encantos
Tornando-se aparentemente o espaço seu manto,
Mostrando aos povos do mundo toda sua sutileza.
Doçura e bondade na carinhosa construção,
Nota-se a meiguice, e o quanto lhe foi dado.
Esta eterna e doce verdade é posta de lado
No anseio da descoberta, numa auto-afirmação.
Enquanto o homem não descobrir-te o segredo
Por certo não haverá de ser capaz de descansar,
E um dia, com certeza, ele vai te alcançar.
Nesse dia, ó Lua, em toda tua imaculação
Perderás o sentido e deixarás de ser a questão
Para tornar-te do homem só mais um samba-enredo.
(ARO. 1976)