Soneto 611
Deserto estranho a pesar na cilada
Longínqua fera a carcomer entranhas
Na necrópole do medo as estranhas
Marcadas faces da bruxa calada.
No amor de Hera um Zeus distante
No ódio de Athena um Ares absorto
Afrodite dos sonhos do Deimos morto
Acrópole destruída na boca hiante.
Lágrimas da sentinela atordoada
Nas pragas dionisíacas a espada
O sangue mortal das Ninfas mortas.
Afago do tempo nas chagas pútridas
Uma morte lenta no anseio absortas
Da pedra a estátua de Eros expostas.