Soneto 611

Deserto estranho a pesar na cilada

Longínqua fera a carcomer entranhas

Na necrópole do medo as estranhas

Marcadas faces da bruxa calada.

No amor de Hera um Zeus distante

No ódio de Athena um Ares absorto

Afrodite dos sonhos do Deimos morto

Acrópole destruída na boca hiante.

Lágrimas da sentinela atordoada

Nas pragas dionisíacas a espada

O sangue mortal das Ninfas mortas.

Afago do tempo nas chagas pútridas

Uma morte lenta no anseio absortas

Da pedra a estátua de Eros expostas.

HERR DOKTOR
Enviado por HERR DOKTOR em 26/11/2011
Código do texto: T3357955
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