Olhos voltados para mim e abertos
     Os braços brancos, os nervosos braços,
     Vens d'espaços estranhos, dos espaços
     Infinitos, intérminos, desertos...
      
     Do teu perfil os tímidos, incertos
     Traços indefinidos, vagos traços
     Deixam, da luz nos ouros e nos aços,
     Outra luz de que os céus ficam cobertos.
      
     Deixam nos céus uma outra luz mortuária,
     Uma outra luz de lívidos martírios,
     De agonies, de mágoa funerária...
      
     E causas febre e horror, frio, delírios,
     Ó Noiva do Sepulcro, solitária,
     Branca e sinistra no clarão dos círios!

                                                    (do livro “Broquéis”)
 
 
Créditos:
www.biblio.com.br/
www.bibvirt.futuro.usp.br     
www.dominiopublico.gov.br



João da Cruz e Sousa (Brasil)
Enviado por Helena Carolina de Souza em 26/11/2011
Código do texto: T3357940