Soneto da alvorada

A Veiga balança a galha torta

Onde a brisa boceja o vapor puro,

O pássaro bica o fruto maduro

Que o caroço apartou-se da crosta

O vento concho esfria a encosta,

E o bulício, vingando o véu agudo,

Traz a existência, um alvor veludo

Implorando a vicissitude deposta!

O botão em flor foi-se volvendo,

Enchendo a floresta de ramaria,

Mil sonhos acordando a sinfonia;

Do riacho, a carência em demasia,

Da margem, o filme divino da poesia,

E toda alma aflita, se estendendo!...

Pombal, 22/11/11

Jairo Araújo Alves
Enviado por Jairo Araújo Alves em 26/11/2011
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