Soneto da alvorada
A Veiga balança a galha torta
Onde a brisa boceja o vapor puro,
O pássaro bica o fruto maduro
Que o caroço apartou-se da crosta
O vento concho esfria a encosta,
E o bulício, vingando o véu agudo,
Traz a existência, um alvor veludo
Implorando a vicissitude deposta!
O botão em flor foi-se volvendo,
Enchendo a floresta de ramaria,
Mil sonhos acordando a sinfonia;
Do riacho, a carência em demasia,
Da margem, o filme divino da poesia,
E toda alma aflita, se estendendo!...
Pombal, 22/11/11