Maré

O marujo avança nos seus rumos

afogando toda pressa de ancorar;

são as tramas ausentes de seus prumos

fiando confissões feitas de mar.

Cada regresso abraça despedidas,

ventam sopros de sal ao rés da areia,

onde efêmeros resíduos de mil vidas

vão germinando na onda a maré cheia.

Nas solidões tecidas de acalantos

só o incansável rugir desse mar fera

continua a murmurar seus tristes cantos.

No luar que o lusco-fusco bruxuleia

é por ele que não chega que ela espera

e por ela que não vem é que ele anseia.

luca barbabianca
Enviado por luca barbabianca em 26/11/2011
Reeditado em 18/09/2014
Código do texto: T3357534
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