A tua trança negra e desmanchada
     Por sobre o corpo nu, torso inteiriço,
     Claro, radiante de esplendor e viço,
     Ah! lembra a noite de astros apagada.
      
     Luxúria deslumbrante e aveludada
     Através desse mármore maciço
     Da carne, o meu olhar nela espreguiço
     Felinamente, nessa trance ondeada.
      
     E fico absorto, num torpor de coma,
     Na sensação narcótica do aroma,
     Dentre a vertigem túrbida dos zeros.
      
     És a origem do Mal, és a nervosa
     Serpente tentadora e tenebrosa,
     Tenebrosa serpente de cabelos!...

                                       (do livro “Broquéis”)
 
 
Créditos:
www.biblio.com.br/
www.bibvirt.futuro.usp.br     
www.dominiopublico.gov.br



João da Cruz e Sousa (Brasil)
Enviado por Helena Carolina de Souza em 26/11/2011
Código do texto: T3357382