De mãos postas, à luz de frouxos círios
     Rezas para as Estrelas do Infinito,
     Para os Azuis dos siderais Empíreos
     Das Orações o doloroso rito.
      
     Todos os mais recônditos martírios,
     As angústias mortais, teu lábio aflito
     Soluça, em preces de luar e lírios,
     Num trêmulo de frases inaudito.
      
     Olhos, braços e lábios, mãos e seios,
     Presos, d'estranhos, místicos enleios,
     Já nas Mágoas estão divinizados.
      
     Mas no teu vulto ideal e penitente
     Parece haver todo o calor veemente
     Da febre antiga de gentis Pecados.

                                           (do livro “Broquéis”)
 
 
Créditos:
www.biblio.com.br/
www.bibvirt.futuro.usp.br     
www.dominiopublico.gov.br



João da Cruz e Sousa (Brasil)
Enviado por Helena Carolina de Souza em 26/11/2011
Código do texto: T3357372