Um dia clareando a noite

Cobria o corpo, vergonha de dia

De dia seu branco cabia no andor

Despia seu corpo, à noite ardia

À noite o vermelho media o calor

No templo contrita, em genuflexo

Em berços, em becos ela se agita

Tomada, balbucia perde-se o nexo

Do murmúrio vai à paixão bendita

Sua alma, já amanhece em remissão

Perdoando-se da noite em perdição

Nódoas da noite, o sol embranquece

Abre o dia, os seus vícios quarando

Pedir perdão pelo prazer até quando?

Aos ícones em prece, à cama oferece

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 26/11/2011
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