Um dia clareando a noite
Cobria o corpo, vergonha de dia
De dia seu branco cabia no andor
Despia seu corpo, à noite ardia
À noite o vermelho media o calor
No templo contrita, em genuflexo
Em berços, em becos ela se agita
Tomada, balbucia perde-se o nexo
Do murmúrio vai à paixão bendita
Sua alma, já amanhece em remissão
Perdoando-se da noite em perdição
Nódoas da noite, o sol embranquece
Abre o dia, os seus vícios quarando
Pedir perdão pelo prazer até quando?
Aos ícones em prece, à cama oferece