É TARDE...

A juventude por mim passou livre e ardente!

E nos amores e paixões hoje esquecidas,

fiz do prazer a vil bandeira decadente,

das ilusões de mil jornadas repetidas!

A insana vaidade outra vez se fez presente!

As sutis lembranças que eu trazia de outras vidas,

não despertaram p!rá razão a minha mente

e como d!antes, foram cenas revividas !

No fim, refém de Baco, o astuto deus profano,

entre visões de um mundo podre e desumano,

o atroz remorso dentro d!alma o peito invade!

E no silêncio, a suplicar porto seguro,

ante o Barqueiro que me sonda em manto escuro,

ouço da Vida que responde: - Agora é tarde!

Nelson de Medeiros
Enviado por Nelson de Medeiros em 03/01/2007
Reeditado em 06/05/2011
Código do texto: T335622
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