O último soneto que te fiz

Encontrei as folhas, outrora amassadas,

onde, há meses, escrevi versos p’ra ti;

lembro-me de tê-los em mão n’alvorada

e em aflito impulso queimá-los enfim.

Intitulava-te meu cais, meu porvir

sem, ao menos, permitires-me, meu bem...

Foste meu amor... P’ra ti nem existi!

Pois sou aquela que só vive a ilusão

e condena como tal a realidade,

quem sofre quando há de dores privação.

E se a inércia a tal dor me condena,

sofrer por ti assim me é tão cabível...

Se te faço jazer cá neste poema,

é que tu és para mim o incognoscível.

Duda Checa
Enviado por Duda Checa em 25/11/2011
Código do texto: T3355805
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