Jaz

Se descaso meu ser, num canto

Ainda que taciturno, não me deixas

Fico cá, quieto com minhas queixas

A lembrar-mos, só, num pranto

Se me inquieto, és chaga que não sana

Apaziguando-me tu poisas e machucas

E se faz presente, em palavras mudas

Que me doem a alma, que de ti engana

Por vezes não me esqueço, maldita!

Noite em que me fostes um bem

Devaneio doce que me habitava

Emperdeniu-se em ti a quiça

Dilacerou-me na linha o trem

Jaz aqui, ser que em ti amava

Junior Antonio
Enviado por Junior Antonio em 03/01/2007
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