Jaz
Se descaso meu ser, num canto
Ainda que taciturno, não me deixas
Fico cá, quieto com minhas queixas
A lembrar-mos, só, num pranto
Se me inquieto, és chaga que não sana
Apaziguando-me tu poisas e machucas
E se faz presente, em palavras mudas
Que me doem a alma, que de ti engana
Por vezes não me esqueço, maldita!
Noite em que me fostes um bem
Devaneio doce que me habitava
Emperdeniu-se em ti a quiça
Dilacerou-me na linha o trem
Jaz aqui, ser que em ti amava