Soneto Cansado de Velho
O molhe de chaves balança ao vento...
O carro dorme na garagem.
Não há tempo de olhar o espelho.
Já nem uso maquiagem.
Uma caixa de brinquedos no alto do armário...
O calendário desfolha a memória
A cada aniversário aumentam os meus grisalhos,
O tempo canta parabéns ao contrário.
Eis um soneto cansado de velho,
Gasto de despedidas...
Mas nada é eterno nessa vida.
Se outras houver após esta.
Faço-me uma promessa...
Não nascer poeta.