Múmia de sangue e lama e terra e treva,
     Podridão feita deusa de granito,
     Que surges dos mistérios do Infinito
     Amamentada na lascívia de Eva.
      
     Tua boca voraz se farta e ceva
     Na carne e espalhas o terror maldito,
     O grito humano, o doloroso grito
     Que um vento estranho para és limbos leva.
      
     Báratros, criptas, dédalos atrozes
     Escancaram-se aos tétricos, ferozes
     Uivos tremendos com luxúria e cio...
      
     Ris a punhais de frígidos sarcasmos
     E deve dar congélidos espasmos
     O teu beijo de pedra horrendo e frio!...

                                                (do livro “Broquéis”)
 
 
Créditos:

www.biblio.com.br/
www.bibvirt.futuro.usp.br
  


João da Cruz e Sousa (Brasil)
Enviado por Helena Carolina de Souza em 23/11/2011
Código do texto: T3352552