Ó Lua, Lua triste, amargurada,
     Fantasma de brancuras vaporosas,
     A tua nívea luz ciliciada
     Faz murchecer e congelar as rosas. 
       
     Nas flóridas searas ondulosas,
     Cuja folhagem brilha fosforeada,
     Passam sombras angélicas, nivosas,
     Lua, Monja da cela constelada. 
      
     Filtros dormentes dão aos lagos quietos,
     Ao mar, ao campo, os sonhos mais secretos,
     Que vão pelo ar, noctâmbulos, pairando... 
      
     Então, ó Monja branca dos espaços,
     Parece que abres para mim os braços,
     Fria, de joelhos, trêmula, rezando...

                                                (do livro “Broquéis”)
 
 
Créditos:

www.biblio.com.br/
www.bibvirt.futuro.usp.br     



João da Cruz e Sousa (Brasil)
Enviado por Helena Carolina de Souza em 23/11/2011
Código do texto: T3352548