Cróton selvagem, tinhorão lascivo,
     Planta mortal, carnívora, sangrenta,
     Da tua carne báquica rebenta
     A vermelha explosão de um sangue vivo.
      
     Nesse lábio mordente e convulsivo,
     Ri, ri risadas de expressão violenta
     O Amor, trágico e triste, e passe, lenta,
     A morte, o espasmo gélido, aflitivo...
      
     Lésbia nervosa, fascinante e doente,
     Cruel e demoníaca serpente
     Das flamejantes atrações do gozo.
      
     Dos teus seios acídulos, amargos,
     Fluem capros aromas e os letargos,
     Os ópios de um luar tuberculoso...

                                    (do livro “Broquéis”)
 
 
Créditos:

www.biblio.com.br/
www.bibvirt.futuro.usp.br    



João da Cruz e Sousa (Brasil)
Enviado por Helena Carolina de Souza em 23/11/2011
Código do texto: T3352541