Mais claro e fino do que as finas pratas
     O som da tua voz deliciava...
     Na dolência velada das sonatas
     Como um perfume a tudo perfumava.
      
 
     Era um som feito luz, eram volatas
     Em lânguida espiral que iluminava,
     Brancas sonoridades de cascatas...
     Tanta harmonia melancolizava.
      
 
     Filtros sutis de melodias, de ondas
     De cantos volutuosos como rondas
     De silfos leves, sensuais, lascivos...
       
 
     Como que anseios invisíveis, mudos,
     Da brancura das sedas e veludos,
     Das virgindades, dos pudores vivos.

                                              (do livro “Broquéis”)

 
 

Créditos:
www.biblio.com.br/
www.bibvirt.futuro.usp.br    



João da Cruz e Sousa (Brasil)
Enviado por Helena Carolina de Souza em 23/11/2011
Código do texto: T3352531