Pelas regiões tenuíssimas da bruma
     Vagam as Virgens e as Estrelas raras...
     Como que o leve aroma das searas
     Todo o horizonte em derredor perfume.
      
 
     N'uma evaporação de branca espuma
     Vão diluindo as perspectives claras...
     Com brilhos crus e fúlgidos de tiaras
     As Estrelas apagam-se uma a uma.
      
 
     E então, na treva, em místicas dormências
     Desfila, com sidéreas lactescências,
     Das Virgens o sonâmbulo cortejo...
      
 
     Ó Formas vagas, nebulosidades!
     Essência das eternas virgindades!
     Ó intensas quimeras do Desejo...

                                                                  (do livro “Broquéis”)
 
 

Créditos:
www.biblio.com.br/
www.bibvirt.futuro.usp.br 



João da Cruz e Sousa (Brasil)
Enviado por Helena Carolina de Souza em 23/11/2011
Código do texto: T3352519