"O INFORTÚNIO DE SER MENOR ABANDONADO"
A fome, ele já conheceu bem cedo.
Nunca se soube de ele receber algum brinquedo.
Abençoado pelos pais, somente ao nascer,
Pois por pouco tempo ele os viu viver.
Qualquer desastre teria sido melhor
Que saber-se no mundo vivendo tão só.
Triste destino esse da vida herdado,
Um pobre inocente, já ‘Menor Abandonado’.
Falou mais sua cruel sorte
Que o jogou a um passo da marginalização,
E não há quem o ajude, e o faça mais forte.
No muito, nem sabe se chegará a ancião,
Nem sabe sequer o que lhe reserva a morte,
Pois tudo lhe foi... é... e será indecisão!...
(ARO. 1992)