"MARGINALIZAÇÃO... CAMINHO SEM VOLTA"
Nasce uma vida, e pulsa seu coração,
Pois não é vegetal, nem é de pedra sua composição.
Foi curtido no início, acompanhado a surgir
Mas, por exigências do destino, o pai, não o viu partir.
A mãe, por muito tempo, torna-se também o homem,
Teve a sua vez, e a família se consome.
Fica um fruto, ainda verde, sem saber da vida,
Nem mesmo o sabe que a perda seria sua ferida.
Junta-se a outros de igual comportamento:
Vivem sós catando lixo, aproveitando o alimento
Que sobrou d’alguma mesa na fartura social.
Junta-se a outros: ignorantes dos mistérios do mundo,
Que não sabem das leis, por isso vão com sede ao fundo,
E, de repente, sua foto o qualifica de ser mais um “marginal”.
(ARO. 1991)