OS SOBREVIVENTES QUE MORRERAM
Onde está a casa de sobreviventes, outrora cheia,
Dos que conheceram a mão do fero destino,
E das recordações atrozes de menino,
Depois de velhos, uma lembrança ateia?
A reza de sábado que na bimá semeia,
Um sidur vetusto, um rito, um desafino,
Sem se importa se é homem ou se é divino,
Sentindo de perto a morte que os rodeia.
Hoje, rezo diante dessa congregação
Sem olhar os tempos de outrora,
Mas vejo neófitos da religião.
Contemplo um quorum de homens agora
Que não é da força áurea, da tradição,
Que jamais serão partes dessa aurora.
(YEHORAM)