DOCES VISÕES
Às vezes ouço, quando o vento passa,
Um murmúrio de amor, e fico atento,
E ouço, e falas ...Volto em mim sem graça:
Perscruto e vejo que era a voz do vento.
Outras vezes percebo-te sorrindo
Nas cousas que eu fito e, em minha mente,
A paisagem que vejo vai sumindo,
E surge o teu olhar em minha frente.
O certo é que não vejo o que estou vendo,
E os sons que me rodeiam não escuto:
Estou pensando em ti nesse momento,
Pensando nos teus olhos, no teu riso,
E vendo no que vejo o teu vulto,
Sentido-me a sós num paraíso.