De leve, louro e enlanguescido helianto
     Tens a flórea dolência contristada...
     Há no teu riso amargo um certo encanto
     De antiga formosura destronada.
      
 
     No corpo, de um letárgico quebranto,
     Corpo de essência fina, delicada,
     Sente-se ainda o harmonioso canto
     Da carne virginal, clara e rosada.
      
 
     Sente-se o canto errante, as harmonias
     Quase apagadas, vagas, fugidias
     E uns restos de clarão de Estrela acesa...
      
 
     Como que ainda os derradeiros haustos
     De opulências, de pompas e de faustos,
     As relíquias saudosas da beleza.
                                          
(do livro “Broquéis”)

 
 
Créditos:
www.biblio.com.br/
www.bibvirt.futuro.usp.br  



João da Cruz e Sousa (Brasil)
Enviado por Helena Carolina de Souza em 20/11/2011
Reeditado em 23/11/2011
Código do texto: T3347271