ÚLTIMO ATO

No final da ópera desafinou

Perdeu o tom e a partitura rasgou

Já não havia mais som, acabou,

Ali mesmo o poeta se calou.

E no palco de joelhos a rezar

Sem poder seus versos cantar,

Em silêncio se despede a chorar

No último ato a encenar.

A luz acende e revelando cansaço

Triste figura de palhaço

Final de carreira, de uma vida.

Ferido no ego sem alta estima

O artista do verbo e da rima

Desaba com a alma vencida.

Marcus Catão

Marcus Catão
Enviado por Marcus Catão em 20/11/2011
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