ÚLTIMO ATO
No final da ópera desafinou
Perdeu o tom e a partitura rasgou
Já não havia mais som, acabou,
Ali mesmo o poeta se calou.
E no palco de joelhos a rezar
Sem poder seus versos cantar,
Em silêncio se despede a chorar
No último ato a encenar.
A luz acende e revelando cansaço
Triste figura de palhaço
Final de carreira, de uma vida.
Ferido no ego sem alta estima
O artista do verbo e da rima
Desaba com a alma vencida.
Marcus Catão