QUANDO A VEJO PASSAR

Participação em Poetize 2012 (não classificada).

QUANDO A VEJO PASSAR

Quando a vejo passar, doces seus olhos flavos,

a mesma brisa se cala em reverencia;

declama o passarinho a sua poesia

e os sóis se inclinam em atitude de escravos.

E quando ela passa o coração se arrepia;

emudecem-se passos; pés fazem-se travos;

forma um nó na garganta com gosto de cravo,

tudo porque a beleza passeia e recria.

Se a mulher brasileira do viso se alheia,

ofusca-se a praia; brilha a gaivota no ar,

o sol se nubla; há esfriamento da areia.

Mas quando ela aparece e põe peias no olhar

do passante ativo que traz sangue na veia,

peixe morto é a retina, vendo ela passar.

Afonso Martini - 011111

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 20/11/2011
Código do texto: T3346100
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