Soneto de degradação
Ampulheta caiu, é só caco e estilhaço
Areia do tempo se espalhou pela duna
Cada grão agora não há quem reúna
Desejo é o agora, o que da vida eu faço
Da droga vil já não lembro a dose
Tempo de engano, de triste querer
De um ego perverso movido a sofrer
Cada palavra dita é punhal e me cose
Sutil veneno da maldade doentia
No presente te desprezo qual inseto
Na verdade, nem sei porque escrevo
Se debalde te dedico uma poesia
Ontem de amar, hoje de tom abjeto
Creio que nem minha raiva te devo