"MOMENTO DE ALUCINAÇÃO"
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Já não mais imploro amor, ou mesmo compaixão.
Já me faço consciente de que a vida aqui é vazia,
De que somos, sem qualquer ilusão, sem anistia,
O próprio pecado, a terrível condenação.

Esta Terra é o cárcere, e todos somos em prisão.
Os modelos sobrevivem; o impuro, com ousadia,
Há de queimar e ter as cinzas espalhadas à revelia
Mundo afora, mar adentro, em toda direção.

Não fosse aqui a penitência a que devemos sem senão,
Não existiriam dois polos, em toda situação:
Rico ou pobre; bom ou mau; mente confusa ou sadia...

Em tudo sentir a vontade de registrar esta inquietação,
Pois o que me rodeia não passa de uma total agonia
Que até me faz esquecer se agora é noite, se agora é dia!...
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                             (ARO. 1993)
Profaro
Enviado por Profaro em 18/11/2011
Reeditado em 23/07/2015
Código do texto: T3343834
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