"MOMENTO DE ALUCINAÇÃO"
Já não mais imploro amor, ou mesmo compaixão.
Já me faço consciente de que a vida aqui é vazia,
De que somos, sem qualquer ilusão, sem anistia,
O próprio pecado, a terrível condenação.
Esta Terra é o cárcere, e todos somos em prisão.
Os modelos sobrevivem; o impuro, com ousadia,
Há de queimar e ter as cinzas espalhadas à revelia
Mundo afora, mar adentro, em toda direção.
Não fosse aqui a penitência a que devemos sem senão,
Não existiriam dois polos, em toda situação:
Rico ou pobre; bom ou mau; mente confusa ou sadia...
Em tudo sentir a vontade de registrar esta inquietação,
Pois o que me rodeia não passa de uma total agonia
Que até me faz esquecer se agora é noite, se agora é dia!...
Já me faço consciente de que a vida aqui é vazia,
De que somos, sem qualquer ilusão, sem anistia,
O próprio pecado, a terrível condenação.
Esta Terra é o cárcere, e todos somos em prisão.
Os modelos sobrevivem; o impuro, com ousadia,
Há de queimar e ter as cinzas espalhadas à revelia
Mundo afora, mar adentro, em toda direção.
Não fosse aqui a penitência a que devemos sem senão,
Não existiriam dois polos, em toda situação:
Rico ou pobre; bom ou mau; mente confusa ou sadia...
Em tudo sentir a vontade de registrar esta inquietação,
Pois o que me rodeia não passa de uma total agonia
Que até me faz esquecer se agora é noite, se agora é dia!...
(ARO. 1993)