Cítara

Vestida de pura ceda e linho nobre;

Ao som da cítara, a dança lhe pega.

Beleza obscura, à ousadia lhe cega.

Banhada ao vinho, robusto ao cobre.

Minh’alma anela, seu corpo me recobre,

Rude ao compasso, seu olhar m’entrega;

A simpatia vulgar, delgada e brega.

Por traz da meiguice, ninguém lhe descobre.

Somente o medo s’estanha e derrete o metal,

Quebranta o estribo, sua resistência.

Onde’sta o sonho? Baldio é meu quintal,

Ainda mordaz anela em sua essência,

Tudo aquilo que outrora parecia mortal,

Agora é tão vivaz pela sua própria existência.

Danilo Figueiredo
Enviado por Danilo Figueiredo em 18/11/2011
Código do texto: T3342761
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