Cítara
Vestida de pura ceda e linho nobre;
Ao som da cítara, a dança lhe pega.
Beleza obscura, à ousadia lhe cega.
Banhada ao vinho, robusto ao cobre.
Minh’alma anela, seu corpo me recobre,
Rude ao compasso, seu olhar m’entrega;
A simpatia vulgar, delgada e brega.
Por traz da meiguice, ninguém lhe descobre.
Somente o medo s’estanha e derrete o metal,
Quebranta o estribo, sua resistência.
Onde’sta o sonho? Baldio é meu quintal,
Ainda mordaz anela em sua essência,
Tudo aquilo que outrora parecia mortal,
Agora é tão vivaz pela sua própria existência.