À SOMBRA DE MIM
 
 
Descanso à sombra de um pinheiro alto
Vislumbro, ao longe, um novo horizonte.
E o que se descortina, a mim, defronte
É o nada – que despenca em sobressalto.
 
A imagem que me toma de assalto
Não me provoca risco que amedronte.
Porquanto me conduza a nova ponte
Entre a paz e o pesadelo do asfalto.
 
Na insensibilidade do momento
Liberto o corpo em calmo movimento
E a nova caminhada - dou ensejo.
 
Acareando sonho e realidade,
Assalta-me o pó da ambigüidade
De toda a imensidão em que me vejo.
 


(Milla Pereira)