TARDIA FLORBELA
O olhar de mágoa e de dor
que se espraia da janela
vendo as paisagens sem cor
de uma tardia Florbela
que sonhou o amor de um Deus
na alma de um ser mortal
no corpo de um homem ateu.
Correm as horas banais.
Sem asas, voam os dias
inda a levarem memórias
de ansiadas moradias.
Já não carregam mais sonhos
de águas, árvores, céus:
Sonhos que foram os meus.
Escrito e publicado na manhã de 18 de novembro de 2011.