PRIORIDADE

Minhas vontades sempre foram preteridas...

Meu coração, sensível servo subserviente,

amordaçava as minhas ânsias reprimidas

para abrandar anseios outros, prontamente...

Eu engoli os meus conflitos e feridas...

Envenenei o meu desejo em culpa ardente...

Dopei aquelas forças vesgas, combalidas

com o ópio ácido da dor em mim latente....

Nessas entregas com que fiz as minhas rotas,

sofri açoites que marcaram-me as derrotas

sobre sentidos, esperanças, sobre os brios...

Oh, não se deve priorizar o companheiro!

A duras penas, aprendi a vir primeiro

em meu percurso, desaguar meus próprios rios.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 18/11/2011
Código do texto: T3342390
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