PRIORIDADE
Minhas vontades sempre foram preteridas...
Meu coração, sensível servo subserviente,
amordaçava as minhas ânsias reprimidas
para abrandar anseios outros, prontamente...
Eu engoli os meus conflitos e feridas...
Envenenei o meu desejo em culpa ardente...
Dopei aquelas forças vesgas, combalidas
com o ópio ácido da dor em mim latente....
Nessas entregas com que fiz as minhas rotas,
sofri açoites que marcaram-me as derrotas
sobre sentidos, esperanças, sobre os brios...
Oh, não se deve priorizar o companheiro!
A duras penas, aprendi a vir primeiro
em meu percurso, desaguar meus próprios rios.