Absurdo

Surdo sou, sem ouvir que não me amas

Cego vou, sem ver-te em outros braços

E mudo estou, visto que o meu fracasso

De tê-la, só me joga o coração na lama.

Surdo, esse meu bem querer tão pleno

E como tal, cego é o meu olhar copioso

Mudo, pois não diz, teu coração rochoso

Se é absurdo, manter o amor no aceno.

Cego, surdo e mudo, quando me negas

O mesmo amor que perambula às cegas

E não morre em meu peito, um absurdo.

Ainda assim, é tudo que me tem o rosto

Posto que cego tornou-se meu desgosto

No gosto de amar-te, mesmo que surdo.

HELDER C ROCHA
Enviado por HELDER C ROCHA em 17/11/2011
Reeditado em 16/03/2021
Código do texto: T3341685
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