Soneto à incógnita
Se com quimeras e nada mais
construí o castelo desta dor,
destruí-lo-ei como quem faz
a angústia em versos se decompor.
As lágrimas hão de se secar
com a brisa fria do devir,
que atrás de si sorrisos trará
e há de, em mim, os fazer surgir.
Meus dolos degenerar-se-ão
contíguo às memórias que, noutrora,
chagaram-me o níveo coração.
Tudo há de ser deleite, amor
não haverá exegese atroz;
nada, em termos, que explique esta dor.