SONHOS DE MENINO

Que triste ver a noite tão escura

Caindo pelas casas, pela rua,

Cobrindo com as nuvens minha lua

Enchendo minha alma de amargura!

Eu vejo atrás d’Ermida, entre os sinos

As plainas bem distantes, bem vultosas,

Perdidas entre as sombras lutuosas

Advindas dos meus sonhos de menino...

Langores espalhados nestes traços;

Nestas grandes figuras nos espaços

Dos céus abandonados pelas luzes...

Perdidos, sei, também, todos os passos,

Nas vias que me levam aos teus abraços

E tiram-me do alto destas cruzes...

Aarão Filho

São Luís-Ma, 16 de Novembro de 2011.

Aarão Filho
Enviado por Aarão Filho em 17/11/2011
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