"SEM IMAGINAÇÃO PARA PROSSEGUIR"
Por que alguém se permite sofrer, e até se zangue,
Se a dor consiste apenas por ser laço de sangue?
Por que alguém não percebe e amadurece
Que aqui é o começo, e o fim do que acontece?
Por que se entregar antecipadamente
Se ninguém aqui vai ficar, não será semente?
Para que atrair os males, além dos permitidos,
Se cada um há de pagar o que lhe foi aferido?
Quanta coisa, meu Deus, se posso apregoar,
Se complicam e destroem uma vida no lar!
Quanta coisa, Senhor, existe sem ser explicado!
Principalmente, se alguém que se imagina esclarecido,
E, de repente, se encontra nos fatos impedido
De crescer e prosseguir, de se ver frutificado...
(ARO. 1993)