FALSOS MISTÉRIOS
Tentei viver tal quais os segredos,
Ou os sussurros no ouvir da noite,
Dos ventos frios, escondidos becos,
Que do corpo ébrio se torna açoite.
Guardei comigo tolos vis mistérios,
Talvez mais do que o peito coubesse,
Criando, em verdade, meu cemitério,
Morrendo em vida sem que soubesse.
Defendendo-me criei singelos muros,
Fingindo-me de forte, mortal imaturo,
Invadido por armas belas, senti a dor.
Esse mistério era meu, mesmo impuro,
Não era mistério, era medo de apuros,
Da armadilha que hoje conheço por amor.