"APÓLOGO: A CIDADE E O CAMPO"
“-Eu sou de riqueza vestida e cortejada.
Sou eu quem cresce na proporção desejada.
Quem não me quer? Só os loucos inconformados
Que buscam sua sorte num tabuleiro de carteado...”
“-Mas eu sou a certeza do descanso real.
Sou eu quem dá forças, mesmo ao trabalhador braçal.
Quem não deseja paz? Só sendo um bem-dotado
Que não precisa de ajuda, pois tem até o inesperado!...”
Uma cena quase humana, nos dias atuais:
A cidade querendo o progresso; o campo, a preservação,
Pois na sua consciência, essa é a salvação.
Num instante refletido, a cidade querendo mais:
“-Não te aflijas, enganadora, minhas ciências evoluem...”
E o campo: “-Na incerteza, é melhor ficar com os que não poluem!...”
(ARO. 1992)